Argel, hora de jantar. Mesa de refeições.
Quatro mulheres comem e bebem, e conversam.
Uma iraquiana, católica.
Uma dinamarquesa, luterana.
Uma francesa, muçulmana.
Uma japonesa, budista.
Idioma da discussão: árabe.
Tema da discussão: o mês do Ramadão.
Tuesday, 11 September 2007
Monday, 10 September 2007
Humeur noire : : : : : : : : : : : : : Humour noir
Descobri em mais um cantinho do meu espírito, que não tenho uma opinião cristalizada sobre a pena de morte. Pensava que era 100% contra, mas descobri que não.
Vacilo em determinados casos de desrespeito pelo próximo, como nos ensina a Moral, a Religião e o Bom-senso. Sou a favor da pena de morte no caso dos homens-bomba.
Na Argélia não havia homens-bomba, até recentemente. Também não há pena de morte decretada por um tribunal formal. A pena de morte aqui é por vezes decretada por um colectivo de juízes de juízo dúbio.
Havia carros-bomba, e bombas-bomba. Agora há meninos-bomba, com quinze anos. Se calhar neste caso, o melhor talvez fosse atenuar a pena de morte, para morte parcial. Na prática, como metade do espírito deles já está morto, de desespero, de fome, de falta de orientação, de tudo e mais alguma coisa, matava-se só o resto.
Não sou a única a ter esta opinião. O menino-bomba de há poucos dias também resolveu condenar à morte o pouco de menino que lhe restava e fez-se explodir, juntamente com mais de trinta das pessoas, homens e mulheres, com dentes e sem, boas e menos boas pessoas, que estavam à volta.
[Suspiro ingénuo] Quero o meu Mundo de volta.
Quero saber menos coisas. Não consigo por em prática o princípio socrático (?) "quanto mais sei, mais sei que pouco sei" e prefiro o princípio avestrúzico "o que (ainda) não sei, não pode afectar-me".
[Outro suspiro ingénuo.]
Vacilo em determinados casos de desrespeito pelo próximo, como nos ensina a Moral, a Religião e o Bom-senso. Sou a favor da pena de morte no caso dos homens-bomba.
Na Argélia não havia homens-bomba, até recentemente. Também não há pena de morte decretada por um tribunal formal. A pena de morte aqui é por vezes decretada por um colectivo de juízes de juízo dúbio.
Havia carros-bomba, e bombas-bomba. Agora há meninos-bomba, com quinze anos. Se calhar neste caso, o melhor talvez fosse atenuar a pena de morte, para morte parcial. Na prática, como metade do espírito deles já está morto, de desespero, de fome, de falta de orientação, de tudo e mais alguma coisa, matava-se só o resto.
Não sou a única a ter esta opinião. O menino-bomba de há poucos dias também resolveu condenar à morte o pouco de menino que lhe restava e fez-se explodir, juntamente com mais de trinta das pessoas, homens e mulheres, com dentes e sem, boas e menos boas pessoas, que estavam à volta.
[Suspiro ingénuo] Quero o meu Mundo de volta.
Quero saber menos coisas. Não consigo por em prática o princípio socrático (?) "quanto mais sei, mais sei que pouco sei" e prefiro o princípio avestrúzico "o que (ainda) não sei, não pode afectar-me".
[Outro suspiro ingénuo.]
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